sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

“A igreja ameaça o poder do governo comunista”, diz Marco Cruz sobre perseguição na China


 Igrejas têm sido fechadas, destruídas e monitoradas pelo governo da China, em uma nova onda de perseguição que se intensificou nos últimos anos. Por outro lado, os mais de 100 milhões de cristãos do país têm se fortalecido e sido considerado uma ameaça para a hegemonia do Partido Comunista chinês.

Em nossa série de lives, o Guiame falou nesta quinta-feira (4) com Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, sobre o que está por trás da perseguição ao cristianismo na China, que em apenas três anos, subiu 26 lugares na Lista Mundial da Perseguição desenvolvida pela missão.

Com base em relatos de um antigo representante da Portas Abertas na China, Marco Cruz diz que o país enfrenta hoje o que é chamado de “segundo inverno”.

“O primeiro inverno foi a revolução cultural, a ascensão do comunismo. Nessa época, cristãos foram presos e mortos; e a Portas Abertas fez o contrabando de milhões de Bíblias. Os pastores e igrejas daquela época aprenderam a desenvolver resiliência e a depender do Senhor”, disse Cruz.

“Depois veio um período de relativa estabilidade em relação ao primeiro inverno, mas não podemos chamar isso de liberdade”, esclareceu. “Antes não havia Bíblias, mas depois as pessoas começaram a ter acesso a Bíblias online. Houve esse tempo em que eu podia baixar um aplicativo e ter acesso a sites cristãos”.

Com a ascensão do governo de Xi Jinping, os cristãos chineses passaram a viver o segundo inverno, que é descrito por Cruz como “uma nuvem negra, densa e pesada que está sobre todo o país” — caracterizada especialmente pelo aumento do controle e vigilância sobre as igrejas. 

Marco morou por três anos como expatriado em Shangai, na China, e testemunhou de perto a realidade das igrejas. Ele contou ao Guiame que frequentava uma igreja internacional que tinha permissão do governo para funcionar, contanto que fosse monitorada. 

“Havia cultos em chinês e um estrangeiro como eu poderia participar. Mas a polícia religiosa tinha uma salinha dentro do prédio da igreja e fazia censura do sermão do pastor. A polícia religiosa era quem fazia a tradução simultânea para os estrangeiros”, ele relatou.

“Na igreja que eu frequentava havia um monitoramento de câmeras. Hoje isso se estendeu para todas as igrejas do país. O governo tem o controle facial dos membros, é uma vigilância que acontece 24 horas”, destacou.

Fonte: Portal Guiame

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