Já se passaram 22 anos desde que dois estudantes armados entraram na Columbine High School no Colorado (EUA) e mataram 12 alunos e um professor, antes de tirarem suas próprias vidas.
Craig Scott, que teve a irmã morta durante o ataque, estava entre os alunos que testemunharam a morte de seus amigos dentro da biblioteca da escola naquele dia.
“Fui à biblioteca para estudar para uma prova e comecei a ouvir barulhos vindos de fora da escola”, disse Scott recentemente ao Pure Flix Insider. “No começo eu achei que fosse uma pegadinha dos veteranos.”
Então ele percebeu que algo estava errado. “Uma professora entrou correndo na sala, ela estava muito agitada, gritando para todos nós que havia dois alunos do lado de fora da escola com armas, atirando em outros alunos”, disse Scott. “Simplesmente não parecia real. Parecia surreal.”
Não demorou muito para que os tiros se aproximassem e os atiradores invadissem a sala. “Foi quando eu fiquei completamente apavorado”, lembra Scott, que se sentiu levado a ficar parado no meio daquela situação.
“Eu senti como se tivesse ouvido aquela voz mansa e doce falar comigo e dizer para ficar quieto. E eu fiquei quieto. Não percebi naquela hora, mas acho que isso salvou minha vida — ficar quieto.”
Os assassinos andaram pela biblioteca dizendo ofensas e zombarias, mirando nos alunos por vários atributos, que vão desde sua fé até a escolha do traje.
“Foi quase como se eles estivessem atuando em algum filme e se divertindo fazendo isso”, disse Scott, que teve dois de seus amigos, que estavam ao seu lado, assassinados na biblioteca. “Achei que fosse morrer. Naquele momento eu achei que minha vida tinha acabado.”
Direção de Deus
Quando o tumulto dentro da biblioteca terminou, 10 alunos estavam mortos e mais de uma dúzia ficaram feridos. Scott ficou paralisado de medo, mas sentiu Deus falar com ele em meio ao caos.
“Foi quando eu senti como se tivesse ouvido Deus falar comigo. Tenho cuidado com a frase, ‘Deus me disse’. Foi quase como se eu pudesse ouvi-Lo de forma audível e era uma voz poderosa, onisciente e tranquilizante, que dizia apenas: ‘Saia daí’”, contou.
Scott não sabia onde os atiradores estavam naquele momento ou se eles haviam deixado a biblioteca. Mas quando “ouviu aquela voz”, se levantou e encorajou outros alunos a fugir para um local seguro do lado de fora.
Scott e seus colegas correram para fora, onde ele ajudou um estudante ferido e se abrigou atrás de um carro de polícia, com uma mistura de alívio e dor. Tragicamente, a tristeza ainda não havia acabado para ele.
“Pouco antes de eu sair, alguém me deu um tapinha no ombro e disse: ‘Acho que tem uma garota que foi baleada ali’”, disse ele. “E eu olhei por trás do carro da polícia e pude ver um corpo, mas não reconheci quem era. Mas eu estava olhando para minha irmã.”
Rachel Scott foi a primeira estudante morta em Columbine. Sua história é contada no filme I'm Not Ashamed (Uma Vida Com Propósito), produzido pela Pure Flix.
Depois da morte de sua irmã, Scott enfrentou uma jornada difícil para superar o ódio e encontrar o perdão. “O perdão foi uma das maiores peças de cura. Por alguns anos, eu estava tão cheio de raiva, odiando os atiradores”, disse ele. “Para mim, o perdão realmente me libertou”.
Hoje, Scott opera a Value Up, uma organização que ajuda escolas através de eventos e ferramentas de construção de cultura.
Fonte: Portal Guiame
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